sábado, 11 de maio de 2013

Nas arribas do Tejo (Belver)

No passado dia 25, com dois amigos de longa data da "família" caminheira Gaspar Correia, participei no reconhecimento do percurso calendarizado para hoje com o Grupo, na actividade ordinária de Maio.
Praia fluvial de Ortiga, 25.04.2013
Tratou-se do PR1 "Arribas do Tejo", percurso pedestre de pequena rota que decorre pelas arribas que envolvem as freguesias de Belver e Gavião, fazendo duas travessias do Tejo, uma pela ponte da EN 244 e outra na Barragem de Belver.
A jornada teve início junto ao parque de campismo de Ortiga, na margem direita da Ribeira das Eiras. Após um pequeno troço ao longo da margem direita do Tejo, subimos ao Cabeço do Pintalgaio. Foi tempo de começar a regalar as vistas, com as primeiras paisagens sobre as águas tranquilas do rio, continuando a subir entre campos floridos, onde predominam o rosmaninho e as giestas amarelas, e a ouvir os rouxinóis, os tentilhões e as toutinegras, ensaiando os seus melhores trinados para cantar toda aquela beleza.

Vamos começar a subir... 11.05.2013
Sobre a Barragem de Belver
Seguiu-se a Anta do Penedo Gordo, monumento megalítico de corredor médio muito bem conservado, classificado como "imóvel de valor concelhio", após o que atravessámos a aldeia de Torre Fundeira.
Já com o Castelo de Belver à vista, descemos para a Ribeira de Belver. Era altura de testar as vertigens e fixar os olhos na outra margem ... já que a travessia é feita por uma ponte suspensa que põe à prova os nervos dos caminheiros... J.

Anta do Penedo Gordo
Torre Fundeira
Ponte suspensa sobre a Ribeira de Belver
Um fiel companheiro de caminhada...
E já na margem esquerda da Ribeira de Belver
Descendo agora pela margem esquerda da ribeira de Belver, passámos por algumas cascatas até às ruínas do Lagar da Fraga, mandado construir por D. Anna Genebra, corria o ano de 1822. Ainda ali podemos apreciar as mós, em granito, e uma velha prensa hidráulica, a invocar os tempos áureos da cultura do olival e da produção de azeite, que constituiu, durante séculos, uma das principais riquezas desta região.

Lagar da Fraga, junto à Ribeira de Belver
A caminho de Belver
E quando mal demos por nós já estávamos no meio de Belver, no Largo da Igreja, rumando ao Miradouro do Outeirinho, sobranceiro ao rio, para nos deliciarmos com mais umas excelentes paisagens das margens do Tejo, onde se destacam a praia fluvial do Alamal e o Castelo de Belver, que nos esperava altaneiro, qual guardião do rio que, lá em baixo, corre remansoso, para descansar na albufeira de Belver.

Miradouro do Outeirinho, Belver ...
... com esta espectacular panorâmica sobre o Tejo
Aconchegados os estômagos no Outeirinho, subimos então ao Castelo, construído no séc. XIII, para travar as investidas dos árabes durante a reconquista cristã da Península Ibérica, aproveitando o rio como linha de defesa natural. A subida é íngreme, mas ainda houve fôlego para escalar as muralhas e poder apreciar, lá do alto, uma panorâmica de 360º, por terras do Alentejo, Ribatejo e Beira Baixa.

Subida ao Castelo de Belver
Panorama para a Praia do Alamal
Agora pela velha Rua da Fonte Velha, tão velha como a fonte férrea que lhe terá dado o nome, os muros de pedra seca expõem-nos várias peças encastradas de arte contemporânea, que introduzem algum contraste e levam os caminheiros à meditação. Uma curta descida até ao rio levou literalmente alguns caminheiros a descer pelas cordas ali colocadas para o efeito … com algumas gargalhadas certeiras dos que estavam a assistir... J.

Nova parte
"radical"... J
... e atravessamos o Tejo
Atravessámos o Tejo na ponte de Belver, mudámos de margem, mudámos de paisagem e mudámos de trilho, ou não fosse o mundo composto de mudança! Tínhamos agora à nossa frente um passadiço em madeira, entalado entre o rio e as arribas, por vezes rochosas, que nos conduziu à praia fluvial do Alamal, uma área adequada ao descanso e ao lazer.

Belver e o seu Castelo, vistos do Tejo
Praia do
Alamal
O troço final, construído especialmente para permitir fechar o circuito das “Arribas do Tejo”, levou-nos até à Barragem de Belver, desenvolvendo-se na base das arribas, relativamente perto do rio mas contando com sucessivas subidas e descidas, algumas delas em degraus de altura considerável. Quase a chegar à barragem, passámos pelas ruínas das Termas da Fadagosa, já invadidas pelo mato, o que não permite mais do que reconhecer o local.

Já se vê de novo a Barragem de Belver
Ruínas das Termas da Fadagosa
E estamos de regresso à margem direita, na Barragem de Belver
A meio da tarde estávamos assim de regresso à praia fluvial de Ortiga, com os olhos cheios destas belas paisagens ribeirinhas. Sem dúvida uma excelente jornada!
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